quarta-feira, 18 de abril de 2007

O Antes e depois do 25 de Abril de 1974 - I

Vou reeditar, os textos colocados na anterior versão do Estremoz em debate por pensar, estarem em condições de prestarem uma digna e justa homenagem ao 25 de Abril de 1974, no entanto convém perceber como surge esta revolução, então iremos recuar no tempo.

Este texto tem por objectivo dar a conhecer um pouco do nosso passado recente.
Em 28 de Maio de 1926, deu-se inicio à Ditadura que iria estar na origem da criação do Estado Novo, dos organizadores deste golpe de Estado destacam-se Comandante Mendes Cabeçadas, General Gomes Costa e o General Óscar Fragoso Carmona, tendo todos eles ocupado o cargo de Presidente da Republica Portuguesa, tendo o General Carmona sido o primeiro Presidente da Republica Portuguesa, eleito por sufrágio directo ao abrigo da constituição de 1933, Surgindo nesta altura uma outra figura que viria a destacar-se no plano Politico Nacional, António Oliveira Salazar, que sendo convidado pelos mentores da Ditadura para ministro das finanças, desempenhou este cargo durante 13 dias, saindo por discordâncias político-militares , volta a ser convidado em 1928, e aceita o cargo de ministro das finanças, continuando o seu percurso até Presidente do Conselho de Ministros, cargo que desempenha até à sua morte, em 1970.


Em 1930, foi o criador da União Nacional,


Em 1936, cria a Legião Portuguesa


e a Mocidade Portuguesa















Salazar, foi o mentor dos campos prisionais para fins políticos
Tarrafal ( Cabo Verde) e Peniche.







Concede um novo estatuto à PVDE, criando a Policia de Intervenção e defesa do Estado, PIDE.



Em 1934 foi publicado o decado que iria servir de linha orientadora do Secretariado Nacional de Informação, sendo este documento da responsabilidade do Jornalista António Ferro, que passo a transcrever:
1. "O ESTADO NOVO representa o acordo e a síntese de tudo o que é permanente e de tudo o que é novo, das tradições vivas da Pátria e dos seus impulsos mais avançados. Representa, numa palavra, a VANGUARDA moral, social política.

2. O ESTADO NOVO é a garantia da independência e unidade da Nação, do equilíbrio de todos os seus valores orgânicos, da fecunda aliança de todas as suas energias criadoras.
3. O ESTADO NOVO não se subordina a nenhuma classe. Subordina, porém, tôdas as classes á suprema harmonia do interêsse Nacional.
4. O ESTADO NOVO repudia as velhas fórmulas: Autoridade sem liberdade, Liberdade sem Autoridade e substitui-as por esta: Autoridade e liberdades.
5. No ESTADO NOVO o indivíduo existe, socialmente, como fazendo parte dos grupos naturais (famílias), profissionais (corporações), territoriais (municípios ) e é nessa qualidade que lhe são reconhecidos todos os necess á rios direitos. Para o ESTADO NOVO, não h á direitos abstractos do Homem, h á direitos concretos dos homens.
6. "Não h á Estado Forte onde o Poder Executivo o não é". O Parlamentarismo subordinava o Govêrno à tirania da assembleia política, através da ditadura irrespons á vel e tumultu á ria dos partidos. O ESTADO NOVO garante a existência do Estado Forte, pela segurança, independência e continuidade da chefia do Estado e do Govêrno .
7. Dentro do ESTADO NOVO, a representação nacional não é de ficções ou de grupos efémeros. É dos elementos reais e permanentes da vida nacional: famílias, municípios, associações, corporações, etc.
8.Todos os portugueses, têm direito a uma vida livre e digna - mas deve ser atendida, antes de mais nada, em conjunto, o direito de Portugal à mesma vida livre e digna. O bem geral suplanta - e contém - o bem individual. Salazar disse: Temos obrigação de sacrificar tudo por todos: não devemos sacrificar-nos todos por alguns.
9. O ESTADO NOVO quere reintegrar Portugal na sua grandeza histórica, na plenitude da sua civilização universalista de vasto império. Quere voltar a fazer de Portugal uma das maiores potências espirituais do mundo..
10. Os inimigos do ESTADO NOVO são inimigos da Nação. Ao serviço da Nação - isto é: da ordem, do interêsse comum e da justiça para todos - pode e deve ser usada a fôrça , que realiza, neste caso, a legítima defesa da Pátria.".


E assim se regia o estado novo, no entanto vozes se levantavam e contrariavam o regime nas suas linhas de orientação destacando-se o Bispo do Porto que critica as politicas Salazaristas e o General Humberto Delgado corria o ano de 1958.
Humberto Delgado, quando inquirido por um jornalista da France press com a seguinte questão:
"Qual a sua atitude para com o Sr. Presidente do Conselho se for eleito?" Respondendo de imediato, sem medo ou hesitar "Obviamente, demito-o".Frase esta que ficou celebre, até aos dias de hoje.









Foi assassinado, conjuntamente com a sua secretária Arajaryr Campos, em Fevereiro de 1965, junto a Olivença, por agentes PIDE, convocado para uma reunião fictícia de militares portugueses.
Os cadáveres foram encontrados, junto de Vila Nueva del Fresno .
Outros Portugueses lutaram contra o regime do Estado Novo, dos quais poderemos ainda destacar... ( Continua )




(Recolha de imagens e textos adaptados de Vidas Lusofonas , História aberta, Presidência da Republica, SIS, Tuwalkin )

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