Depois da fome, da guerra
da prisão e da tortura
vi abrir-se a minha terra
como um cravo de ternura.
Vi nas ruas da cidade
o coração do meu povo
gaivota da liberdade
voando num Tejo novo.
Agora o povo unido
nunca mais será vencido
Nunca mais será vencido.
Vi nas bocas vi nos olhos
nos braços nas mãos acesas
cravos vermelhos aos molhos
rosas livres portuguesas.
Vi as portas da prisão
abertas de par em par
vi passar a procissão
do meu país a cantar
Agora o povo unido
nunca mais será vencido
nunca mais será vencido
Nunca mais nos curvaremos
às armas da repressão
somos a força que temos
a pulsar no coração
Enquanto nos mantivermos
todos juntos lado a lado
somos a glória de sermos
Portugal ressuscitado
Agora o povo unido
nunca mais será vencido
nunca mais será vencido.
José Carlos Ary dos Santos
(Caxias, 26 de Abril de 1974)
Viva o 25 de Abril
links candidaturas
quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
terça-feira, 30 de dezembro de 2008
Abril de Sim Abril de Não
Eu vi Abril por fora e Abril por dentro
vi o Abril que foi e Abril de agora
eu vi Abril em festa e Abril lamento
Abril como quem ri como quem chora.
Eu vi chorar Abril e Abril partir
vi o Abril de sim e Abril de não
Abril que já não é Abril por vir
e como tudo o mais contradição.
Vi o Abril que ganha e Abril que perde
Abril que foi Abril e o que não foi
eu vi Abril de ser e de não ser.
Abril de Abril vestido (Abril tão verde)
Abril de Abril despido (Abril que dói)
Abril já feito. E ainda por fazer.
Manuel Alegre
vi o Abril que foi e Abril de agora
eu vi Abril em festa e Abril lamento
Abril como quem ri como quem chora.
Eu vi chorar Abril e Abril partir
vi o Abril de sim e Abril de não
Abril que já não é Abril por vir
e como tudo o mais contradição.
Vi o Abril que ganha e Abril que perde
Abril que foi Abril e o que não foi
eu vi Abril de ser e de não ser.
Abril de Abril vestido (Abril tão verde)
Abril de Abril despido (Abril que dói)
Abril já feito. E ainda por fazer.
Manuel Alegre
segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
Soneto do Trabalho
Das prensas dos martelos das bigornas
das foices dos arados das charruas
das alfaias dos cascos e das dornas
é que nasce a canção que anda nas ruas.
Um povo não é livre em águas mornas
não se abre a liberdade com gazuas
à força do teu braço é que transformas
as fábricas e as terras que são tuas.
Abre os olhos e vê. Sê vigilante
a reacção não passará diante
do teu punho fechado contra o medo.
Levanta-te meu Povo. Não é tarde.
Agora é que o mar canta é que o sol arde
pois quando o povo acorda é sempre cedo.
José Carlos Ary dos Santos
das foices dos arados das charruas
das alfaias dos cascos e das dornas
é que nasce a canção que anda nas ruas.
Um povo não é livre em águas mornas
não se abre a liberdade com gazuas
à força do teu braço é que transformas
as fábricas e as terras que são tuas.
Abre os olhos e vê. Sê vigilante
a reacção não passará diante
do teu punho fechado contra o medo.
Levanta-te meu Povo. Não é tarde.
Agora é que o mar canta é que o sol arde
pois quando o povo acorda é sempre cedo.
José Carlos Ary dos Santos
domingo, 28 de dezembro de 2008
A morte saiu à rua
Letra e música: Zeca Afonso
A morte saiu à rua num dia assim
Naquele lugar sem nome para qualquer fim
Uma gota rubra sobre a calçada cai
E um rio de sangue de um peito aberto sai
O vento que dá nas canas do canavial
E a foice duma ceifeira de Portugal
E o som da bigorna como um clarim do céu
Vão dizendo em toda a parte o Pintor morreu
Teu sangue, Pintor, reclama outra morte igual
Só olho por olho e dente por dente vale
À lei assassina, à morte que te matou
Teu corpo pertence à terra que te abraçou
Aqui te afirmamos dente por dente assim
Que um dia rirá melhor quem rirá por fim
Na curva da estrada há covas feitas no chão
E em todas florirão rosas de uma nação
A morte saiu à rua num dia assim
Naquele lugar sem nome para qualquer fim
Uma gota rubra sobre a calçada cai
E um rio de sangue de um peito aberto sai
O vento que dá nas canas do canavial
E a foice duma ceifeira de Portugal
E o som da bigorna como um clarim do céu
Vão dizendo em toda a parte o Pintor morreu
O Pintor morreu...
O Pintor morreu...
A morte saiu à rua num dia assim
Naquele lugar sem nome para qualquer fim
Uma gota rubra sobre a calçada cai
E um rio de sangue de um peito aberto sai
O vento que dá nas canas do canavial
E a foice duma ceifeira de Portugal
E o som da bigorna como um clarim do céu
Vão dizendo em toda a parte o Pintor morreu
Teu sangue, Pintor, reclama outra morte igual
Só olho por olho e dente por dente vale
À lei assassina, à morte que te matou
Teu corpo pertence à terra que te abraçou
Aqui te afirmamos dente por dente assim
Que um dia rirá melhor quem rirá por fim
Na curva da estrada há covas feitas no chão
E em todas florirão rosas de uma nação
A morte saiu à rua num dia assim
Naquele lugar sem nome para qualquer fim
Uma gota rubra sobre a calçada cai
E um rio de sangue de um peito aberto sai
O vento que dá nas canas do canavial
E a foice duma ceifeira de Portugal
E o som da bigorna como um clarim do céu
Vão dizendo em toda a parte o Pintor morreu
O Pintor morreu...
O Pintor morreu...
sábado, 27 de dezembro de 2008
Vampiros - dedicada a certos democratas
Letra e música: Zeca Afonso
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No céu cinzento Sob o astro mudo
Batendo as asas Pela noite calada
Vêm em bandos Com pés veludo
Chupar o sangue Fresco da manada
Se alguém se engana Com seu ar sisudo
E lhes franqueia As portas à chegada
Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada [Bis]
A toda a parte Chegam os vampiros
Poisam nos prédios Poisam nas calçadas
Trazem no ventre Despojos antigos
Mas nada os prende Às vidas acabadas
São os mordomos Do universo todo
Senhores à força Mandadores sem lei
Enchem as tulhas Bebem vinho novo
Dançam a ronda No pinhal do rei
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada
No chão do medo Tombam os vencidos
Ouvem-se os gritos Na noite abafada
Jazem nos fossos Vítimas dum credo
E não se esgota O sangue da manada
Se alguém se engana Com seu ar sisudo
E lhe franqueia As portas à chegada
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada
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No céu cinzento Sob o astro mudo
Batendo as asas Pela noite calada
Vêm em bandos Com pés veludo
Chupar o sangue Fresco da manada
Se alguém se engana Com seu ar sisudo
E lhes franqueia As portas à chegada
Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada [Bis]
A toda a parte Chegam os vampiros
Poisam nos prédios Poisam nas calçadas
Trazem no ventre Despojos antigos
Mas nada os prende Às vidas acabadas
São os mordomos Do universo todo
Senhores à força Mandadores sem lei
Enchem as tulhas Bebem vinho novo
Dançam a ronda No pinhal do rei
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada
No chão do medo Tombam os vencidos
Ouvem-se os gritos Na noite abafada
Jazem nos fossos Vítimas dum credo
E não se esgota O sangue da manada
Se alguém se engana Com seu ar sisudo
E lhe franqueia As portas à chegada
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada
sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
Uma frase, um pensamento...
Mater Natura Ecce Homo
Mãe natureza,eis o homem...
O único animal que polui o lugar onde nasce.
O único fraticida,o único que aniquila
aquilo que é a garantia de sua sobrevivência.
(desconheço o autor)
Mãe natureza,eis o homem...
O único animal que polui o lugar onde nasce.
O único fraticida,o único que aniquila
aquilo que é a garantia de sua sobrevivência.
(desconheço o autor)
quinta-feira, 25 de dezembro de 2008
Natal é...
Tu que dormes a noite na calçada de relento
Numa cama de chuva com lençóis feitos de vento
Tu que tens o Natal da solidão, do sofrimento
És meu irmão amigo
És meu irmão
E tu que dormes só no pesadelo do ciúme
Numa cama de raiva com lençóis feitos de lume
E sofres o Natal da solidão sem um queixume
És meu irmão amigo
És meu irmão
Natal é em Dezembro
Mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
É quando um homem quiser
Natal é quando nasce uma vida a amanhecer
Natal é sempre o fruto que há no ventre da Mulher
Tu que inventas ternura e brinquedos para dar
Tu que inventas bonecas e comboios de luar
E mentes ao teu filho por não os poderes comprar
És meu irmão amigo
És meu irmão
E tu que vês na montra a tua fome que eu não sei
Fatias de tristeza em cada alegre bolo-rei
Pões um sabor amargo em cada doce que eu comprei
És meu irmão amigo
És meu irmão
Natal é em Dezembro
Mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
É quando um homem quiser
Natal é quando nasce uma vida a amanhecer
Natal é sempre o fruto que há no ventre da Mulher
Letra: Ary dos Santos
Música: Fernando Tordo
Intérprete: Paulo de Carvalho
Numa cama de chuva com lençóis feitos de vento
Tu que tens o Natal da solidão, do sofrimento
És meu irmão amigo
És meu irmão
E tu que dormes só no pesadelo do ciúme
Numa cama de raiva com lençóis feitos de lume
E sofres o Natal da solidão sem um queixume
És meu irmão amigo
És meu irmão
Natal é em Dezembro
Mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
É quando um homem quiser
Natal é quando nasce uma vida a amanhecer
Natal é sempre o fruto que há no ventre da Mulher
Tu que inventas ternura e brinquedos para dar
Tu que inventas bonecas e comboios de luar
E mentes ao teu filho por não os poderes comprar
És meu irmão amigo
És meu irmão
E tu que vês na montra a tua fome que eu não sei
Fatias de tristeza em cada alegre bolo-rei
Pões um sabor amargo em cada doce que eu comprei
És meu irmão amigo
És meu irmão
Natal é em Dezembro
Mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
É quando um homem quiser
Natal é quando nasce uma vida a amanhecer
Natal é sempre o fruto que há no ventre da Mulher
Letra: Ary dos Santos
Música: Fernando Tordo
Intérprete: Paulo de Carvalho
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
sábado, 20 de dezembro de 2008
Estremoz - É Natal e tempo de prendas
Como não pode deixar de se falar nesta altura de Natal e como dizia o poeta, "Natal é quando um homem quiser". Há prendas de muitos tipos, que são doadas nesta altura. Eu, já fui prendado com uma prenda amarga e não é para beber, o meu novo horário de trabalho para o ano 2009, que de bom grado foi recebido, pois até se esqueceram que estas coisas têm de passar pelos parceiros sociais. Aconteceu, pelo menos no que toca ao sindicato que me representa, assim continuamos neste País, dizem na gíria que os parceiros sociais só servem para atrapalhar, no entanto, os mesmos têm recursos que servem para travar o que está mal.
Temos visto na comunicação social as prendas que têm sido ofertadas aos trabalhadores por esse país fora e, como não podia deixar de ser, por aqui também se oferecem prendas amargas, pena que só alguns são contemplados e condenados a almoçar às 17 horas e a jantar às 24 horas, digam lá que não temos aqui as medidas perfeitas de quem tem maiorias absolutas, apenas me recordando um tema das disciplinas de Filosofia e História, "O ABSOLUTISMO".
Aproveito para desejar um Feliz Natal a todos os leitores do Blogue
Temos visto na comunicação social as prendas que têm sido ofertadas aos trabalhadores por esse país fora e, como não podia deixar de ser, por aqui também se oferecem prendas amargas, pena que só alguns são contemplados e condenados a almoçar às 17 horas e a jantar às 24 horas, digam lá que não temos aqui as medidas perfeitas de quem tem maiorias absolutas, apenas me recordando um tema das disciplinas de Filosofia e História, "O ABSOLUTISMO".
Aproveito para desejar um Feliz Natal a todos os leitores do Blogue
Estremoz em debate - Os email que vão chegando
Já agora que estamos em maré de Natal e é coisa séria, vamos a um pouco de humor. Não sei que é o autor, mas que está boa está, ora leiam lá:
Para deixar para a posteridade o seu mandato no Governo deste país que está de tanga. Os selos são criados, impressos e vendidos. O nosso PM fica radiante! Mas em poucos dias ele fica furioso ao ouvir reclamações de que o selo não adere aos envelopes. O Primeiro-ministro convoca os responsáveis e ordena que investiguem o assunto. Eles pesquisam as agências dos Correios de todo o país e relatam o problema. O relatório diz: "Não há nada de errado com a qualidade dos selos. O problema é que o povo está a cuspir no lado errado."
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
Estremoz em debate - Só para chatear o ZR
ZR
Lembras-te deste?
Se o fizessem hoje deveria ser bonito.
Podiam começar pelos bem avaliados professores...
que de bom grado contribuiriam para manter lá a ministra da educação, que tão bons motivos lhes dá para eles serem os melhores educadores, será?
amanhã, publico se encontrar, um que tenho por aqui em que dois rivais, convergiam.
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
Estremoz - Presidente da AAC
O 101.º presidente da Direcção-Geral da Associação Académica de Coimbra (AAC) tem 23 anos, nasceu em Estremoz e é estudante da Faculdade de Direito desde 2003.
domingo, 7 de dezembro de 2008
Estremoz - Para ver e escutar na Junta de Santa Maria
Texto cartaz " O Tempo era mais lento"
PROJECTO FOTOGRÁFICO COLECTIVO,
QUE SUGERE A DESCOBERTA DE ESPAÇOS EM RUÍNAS
NUMA VIAGEM CUJO DESTINO É O ALENTEJO E AS SUAS VASTAS PLANÍCIES,
ONDE AQUI E ACOLÁ SE ENTREVÊEM PAREDES E JANELAS DELAPIDADAS,
UMA CHAMINÉ RACHADA, UM POÇO COBERTO DE ERVA DANINHA E UMA ÁRVORE MANSA
QUE SOBREVIVEM ÀS INTEMPÉRIES E À FALTA DE CUIDADOS DE OUTRORA.
INCENTIVA-SE, ASSIM, A DESCOBERTA DOS RESQUÍCIOS
DE ESPAÇOS, OBJECTOS E LUGARES ALENTEJANOS
ESQUECIDOS E ABANDONADOS, NUM RECUO NO TEMPO,
QUANDO ESSE PARECIA MAIS LENTO.
JUNTA DE FREGUESIA DE SANTA MARIA
3 a 19 de DEZEMBRO
PROJECTO FOTOGRÁFICO COLECTIVO,
QUE SUGERE A DESCOBERTA DE ESPAÇOS EM RUÍNAS
NUMA VIAGEM CUJO DESTINO É O ALENTEJO E AS SUAS VASTAS PLANÍCIES,
ONDE AQUI E ACOLÁ SE ENTREVÊEM PAREDES E JANELAS DELAPIDADAS,
UMA CHAMINÉ RACHADA, UM POÇO COBERTO DE ERVA DANINHA E UMA ÁRVORE MANSA
QUE SOBREVIVEM ÀS INTEMPÉRIES E À FALTA DE CUIDADOS DE OUTRORA.
INCENTIVA-SE, ASSIM, A DESCOBERTA DOS RESQUÍCIOS
DE ESPAÇOS, OBJECTOS E LUGARES ALENTEJANOS
ESQUECIDOS E ABANDONADOS, NUM RECUO NO TEMPO,
QUANDO ESSE PARECIA MAIS LENTO.
JUNTA DE FREGUESIA DE SANTA MARIA
3 a 19 de DEZEMBRO
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
Estremoz - EXPOSIÇÃO DE PRESÉPIOS
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O Gabinete de Imprensa Nota de imprensa Nº 387 05 de Dezembro de 2008 | |
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
Estremoz em debate - A morte de Sócrates
Hoje dia da Restauração, lembrei-me de colocar aqui um momento de humor com uma tragicomédia para aliviar o stress que vai ser o mês de Dezembro.
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