sábado, 24 de abril de 2021

 

Antes de 1974 - parte 1

Há uns anos atrás, publiquei uns textos sobre o antes do 25 de Abril de 1974, hoje irei republicar pois é sempre bom conhecer um pouco da nossa história irei fazer estas publicações faseadas ao longo do mês de Abril.

 Em 28 de Maio de 1926, deu-se início à Ditadura que iria estar na origem da criação do Estado Novo, dos organizadores deste golpe de Estado destacam-se Comandante Mendes Cabeçadas, General Gomes Costa  e o General Óscar Fragoso Carmona, tendo todos eles ocupado o cargo de Presidente da Republica Portuguesa, tendo o General Carmona sido o primeiro Presidente da Republica Portuguesa, eleito por sufrágio direto ao abrigo da constituição de 1933, Surgindo nesta altura uma outra figura que viria a destacar-se no plano Politico Nacional, António Oliveira Salazar, que sendo convidado pelos mentores da Ditadura para ministro das finanças, desempenhou este cargo durante 13 dias, saindo por discordâncias político-militares, volta a ser convidado em 1928, e aceita o cargo de ministro das finanças, continuando o seu percurso até Presidente do Conselho de Ministros, cargo que desempenha até à sua morte, em 1970.
Em 1930, foi o criador da União Nacional
Em  1936, cria a Legião Portuguesa  e a Mocidade Portuguesa 
Concede um novo estatuto à PVDE, criando a Policia de Intervenção e defesa do Estado, PIDE.

Em 1934 foi publicado o decado que iria servir de linha orientadora do Secretariado Nacional de Informação, sendo este documento da responsabilidade do Jornalista António Ferro, que passo a transcrever: 

1. "O ESTADO NOVO representa o acordo e a síntese de tudo o que é permanente e de tudo o que é novo, das tradições vivas da Pátria e dos seus impulsos mais avançados. Representa, numa palavra, a VANGUARDA moral, social política. 
2. O ESTADO NOVO é a garantia da independência e unidade da Nação, do equilíbrio de todos os seus valores orgânicos, da fecunda aliança de todas as suas energias criadoras.
3. O ESTADO NOVO não se subordina a nenhuma classe. Subordina, porém, tôdas as classes á suprema harmonia do interesse Nacional.
4. O ESTADO NOVO repudia as velhas fórmulas: Autoridade sem liberdade, Liberdade sem Autoridade e substitui-as por esta: Autoridade e liberdades.
5. No ESTADO NOVO o indivíduo existe, socialmente, como fazendo parte dos grupos naturais (famílias), profissionais (corporações), territoriais (municípios) e é nessa qualidade que lhe são reconhecidos todos os necessários direitos. Para o ESTADO NOVO, não h á direitos abstractos do Homem, há direitos concretos dos homens.
6. "Não há Estado Forte onde o Poder Executivo o não é". O Parlamentarismo subordinava o Governo à tirania da assembleia política, através da ditadura irresponsável e tumultuária dos partidos. O ESTADO NOVO garante a existência do Estado Forte, pela segurança, independência e continuidade da chefia do Estado e do Governo.
7. Dentro do ESTADO NOVO, a representação nacional não é de ficções ou de grupos efémeros. É dos elementos reais e permanentes da vida nacional: famíliasmunicípiosassociaçõescorporações, etc.
8.Todos os portugueses, têm direito a uma vida livre e digna - mas deve ser atendida, antes de mais nada, em conjunto, o direito de Portugal à mesma vida livre e digna. O bem geral suplanta - e contém - o bem individual. Salazar disse: Temos obrigação de sacrificar tudo por todos: não devemos sacrificar-nos todos por alguns.
9. O ESTADO NOVO quer reintegrar Portugal na sua grandeza histórica, na plenitude da sua civilização universalista de vasto império. Quer voltar a fazer de Portugal uma das maiores potências espirituais do mundo.
10. Os inimigos do ESTADO NOVO são inimigos da Nação. Ao serviço da Nação - isto é: da ordem, do interesse comum e da justiça para todos - pode e deve ser usada a força, que realiza, neste caso, a legítima defesa da Pátria.".
E assim  se regia o estado novo, no entanto vozes se levantavam e contrariavam o regime nas suas linhas de orientação destacando-se o Bispo do Porto que critica as politicas Salazaristas e o General Humberto Delgado corria o ano de 1958.
Humberto Delgado, quando inquirido por um jornalista da France press com a seguinte questão:
"Qual a sua atitude para com o Sr. Presidente do Conselho se for eleito?" Respondendo de imediato, sem medo ou hesitar “Obviamente, demito-o”. Frase esta que ficou célebre, até aos dias de hoje.
Foi assassinado, conjuntamente com a sua secretária Arajaryr Campos, em Fevereiro de 1965, junto a Olivença, por agentes PIDE, convocado para uma reunião fictícia de militares portugueses.
Os cadáveres foram encontrados, junto de Vila Nueva del Fresno .

(textos adaptados e imagens de portugalcen, guerracolonial, jornalismo portonet, Vidas Lusófonas , História aberta, Presidência da Republica, SIS, Tuwalkin )

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