domingo, 13 de outubro de 2019

Sabado em Estremoz - dia de mercado de velharias um desabafo

Aqui está a minha criança encantada com os artefactos de outros tempos em que se arava a terra com estes meios a canga para os machos e o arado para as terras. A questão colocada "Pai o avô usava estas ferramentas quando estava no monte? ". uma forma de ligação ao passado com objeto dignos de um qualquer museu rural de um tempo em que tudo era ecológico e não havia pegadas. Hoje olhamos para o nosso mundo e muito se fala de reciclagem, poderia aqui enumerar centenas de situações quando éramos um povo pobre, os ordenados muito baixos, filhos a rodos, enfim um povo de outro século.
A ida ao mercado era com um cesto ou um saco de ráfia, uma caixinha de plástico para os ovos, no fundo ficavam as batatas, as cebolas, cenouras e outros vegetais rijos, na posição intermédia os nabos com a rama que era aproveitada,as leguminosas de folhagem e finalmente os temperos em cima era o lugar da caixinha dos ovos, levava-se outra cesta mais pequena para as frutas também organizada a sua compra por dureza.
Na loja as compras eram feitas à medida das necessidades e do dinheiro disponível em que, se comprava os produtos alimentares em pequenas quantidades ou à unidade sendo o desperdício palavra não utilizada.
Nas bebidas, todas as garrafas tinham uma tara que obrigava à devolução das mesmas dando uma utilização aos recipientes quase eterna ou, até ao momento em que se partia.
Plásticos em garrafa, isso nem se observava e, as que havia eram de plástico rijo reutilizável.
Com a revolução de abril de 74, alguns destes hábitos perderam-se com a melhoria das condições de vida e, nos anos oitenta foi o bum da sociedade de consumo em que, todo o sentido de responsabilidade pelo ambiente se perdeu, tudo se tornou tara perdida e, consequente perda de postos de trabalho de quem preparava os produtos para reutilizar, o facilitismo causado pelos supermercados no uso desmedido de sacos de plástico sem custo levou que cestos e alcofas fossem para o lixo. As compras de bens essenciais deixou de ser a quarta, a meia dúzia, ou o decilitro e passou ao kilo, à dúzia e ao litro.
Bem não me esqueci do pão, esse era numa bolsa de pano ou renda  feito propositadamente para o seu transporte.
Acho que hoje, se está a tentar recuperar aquilo que de alguma forma o poderio económico tornará impossível, porque, não irão admitir mais operários para preparar os seus vasilhames ou embalagens reutilizáveis vais ser mais fácil ter todos os cidadãos a  colocar no ecoponto para derreter em vez de reutilizar.

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