quarta-feira, 2 de abril de 2008

Assim se vê... (6)

Marx moderno no Século XXI

6. Partidos e órgãos de massas

Particularmente danosa tem sido a extensão artificial do 'centralismo democrático' fora dos partidos, encarando os sindicatos e outras organizações de massas como "correias de transmissão". Os comunistas, como outras correntes políticas, não abdicam de exercer influência nos movimentos sociais e de concertar a actuação no seu seio; mas não devem castrar a criatividade dos militantes nem confundir essas organizações com o seu partido. Mantemos viva a recomendação de Lénine de que os sindicatos são "indispensáveis para o proletariado se defender do seu próprio poder" - tragicamente comprovada pela história.
Com base na nossa experiência, certamente influenciada por sermos uma corrente minoritária no movimento operário, há muito defendemos que "só os trabalhadores são donos dos sindicatos". A crítica ao "partido único" dos trabalhadores permitiu-nos compreender melhor a necessidade de autonomia quer dos sindicatos em relação aos partidos, quer a sua inversa: os partidos também não devem estar subordinados às orientações sindicais, às pressões reformistas e trabalhistas. A promiscuidade entre sindicatos e partidos ou entre estes e "a sua" central sindical, em Portugal como em Espanha, França ou na Itália contribuiu muito para a instalação do reformismo sindical (e também autárquico) nas fileiras dos velhos Partidos Comunistas.
É justo defendermos o direito de tendência no seio da CGTP, inclusive a eleição proporcional por listas para as direcções sindicais e para o Conselho Nacional, à semelhança do que já acontece na FENPROF. Afinal, o 'consenso' pré-fabricado das listas únicas só tem aumentado artificialmente a influência do PS e a difusão de ideias social-democratas na central.

Assim termino esta passagem pelo 16º congresso da UDP.
Pretendeu-se apresentar um conjunto de ideias, que nos levam a perceber o conteúdo de determinadas acções politico-sindicais que se passam em Portugal, onde quem luta contra a influencia de um determinado partido da nossa actual conjectura politico-social, é-se considerado de "ressabiado ". A velha história do centralismo democrático, funciona em alguns partidos e sindicatos, no entanto, outros seguiram pela via do monolitismo, em que os conteúdos democráticos existentes se esvaem de contexto, sendo orientados numa linha de ser contra tudo o que se propõe , porque se é oposição e sem se tomar em conta as verdadeiras necessidades, quer seja das populações ou dos associados dos sindicatos, no entanto, as lutas continuam na rua, sejam elas com partidos, movimentos de cidadãos, sindicatos e seja o governo de direita ou de esquerda, neste momento Portugal é um País, onde todos ralham e só alguns, têm razão. " Os Trabalhadores do sector privado e público"

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